Num dia,
precisa visitar criadores de caprinos e ovinos. Em outro, a dedicação se volta
para um agricultor que planta feijão e milho. E ainda tem mais dias em que a
demanda por sua atenção vem daqueles que cultivam melão, melancia e cebola,
irrigados. Ou ainda, tem que correr para assistir aquele outro produtor que
precisa melhorar a ração das vacas leiteiras criadas em meio à vegetação nativa
da Caatinga.
É muito com
o que se ocupar, mas é como se desenrola o dia-a-dia de Inácio Gomes.
Funcionário da Prefeitura Municipal de Sobradinho (BA), lotado na Secretaria de
Agricultura e Meio Ambiente, ele está à frente do escritório que executa ações
de transferência de tecnologias do Projeto Lago de Sobradinho.
Cansativo?
Ele diz: por vezes, sim. Contudo, experimenta uma espécie de realização por
estar envolvido em iniciativas que buscam melhorar a vida dos moradores do
campo. O que, rememora, faltou aos seus pais no pequeno município de Itapetim,
no Semiárido pernambucano e que, na seca de 1976, se viram migrantes, ao lado
de muitas famílias, para o município de Sobradinho, onde tinham sido
iniciadas as obras da barragem e a oferta de empregos aumentou na cidade.
Experiências
Anos mais
tarde, o pai, Manoel Gomes Maurício, já trabalhando em uma das empresas públicas
do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE), tomava parte em iniciativas de
assistência técnica junto aos agricultores do Sertão. Desta fase, lhe ocorrem
mais lembranças das dificuldades enfrentadas pelos produtores das áreas de
sequeiro, que fixaram nele uma espécie de solidariedade com quem vive da
agricultura e da criação pecuária no Semiárido.