segunda-feira, 5 de maio de 2014

A dupla jornada de um 'viajante' no Sertão

Raira Santos, Inácio Gomes e Luiz Ferreira fazem parte do Projeto Lago de Sobradinho
Num dia, precisa visitar criadores de caprinos e ovinos. Em outro, a dedicação se volta para um agricultor que planta feijão e milho. E ainda tem mais dias em que a demanda por sua atenção vem daqueles que cultivam melão, melancia e cebola, irrigados. Ou ainda, tem que correr para assistir aquele outro produtor que precisa melhorar a ração das vacas leiteiras criadas em meio à vegetação nativa da Caatinga.
É muito com o que se ocupar, mas é como se desenrola o dia-a-dia de Inácio Gomes. Funcionário da Prefeitura Municipal de Sobradinho (BA), lotado na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, ele está à frente do escritório que executa ações de transferência de tecnologias do Projeto Lago de Sobradinho.
Cansativo? Ele diz: por vezes, sim. Contudo, experimenta uma espécie de realização por estar envolvido em iniciativas que buscam melhorar a vida dos moradores do campo. O que, rememora, faltou aos seus pais no pequeno município de Itapetim, no Semiárido pernambucano e que, na seca de 1976, se viram migrantes, ao lado de muitas famílias, para o município de Sobradinho, onde tinham sido iniciadas as obras da barragem e a oferta de empregos aumentou na cidade.

Experiências
Anos mais tarde, o pai, Manoel Gomes Maurício, já trabalhando em uma das empresas públicas do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE), tomava parte em iniciativas de assistência técnica junto aos agricultores do Sertão. Desta fase, lhe ocorrem mais lembranças das dificuldades enfrentadas pelos produtores das áreas de sequeiro, que fixaram nele uma espécie de solidariedade com quem vive da agricultura e da criação pecuária no Semiárido.