Agricultor mostra bebedouro instalado em seu apiário |
A seca cobra dedicação e gosto para descobrir
jeitos de ir passando pelas estiagens, ano após ano, cada vez menos aperreado.
E pra fazer render a labuta na roça, quando as fontes de água estão vazias e
nem uma folha verde à vista em léguas e léguas de terra, precisa de trabalho
duro e, claro, de uma cienciazinha. José Ricardo, residente da comunidade da
Melosa que o diga.
Vivente da cidade de Remanso (BA), marceneiro de
profissão, boa praça, um dia se encantou pela criação de abelhas e lá se foi a construir
caixas e instalar apiários em algum canto de caatinga nas propriedades de
amigos. No “inverno”, como se refere ao tempo das chuvas na região, pólen,
néctar e água não faltam em meio à vegetação nativa.
Na seca? Ah!! Aí tem que se desdobrar pra não
perder as colônias. Em cima da sua moto, não foi só uma ou duas ou três vezes
que correu trecho com um objetivo inusitado: galões de água na garupa,
percorria um a um os apiários para matar a sede das abelhas; junto, carregava
porções de ração, a fim de garantir a permanência desses pequenos insetos nas
caixas que talhou com tanto zelo.