quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Projeto apoia apicultores

O manejo alimentar de abelhas na seca é uma  das iniciativas de transferência de tecnologias do projeto “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA”, em execução pela Embrapa Semiárido e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), nos municípios baianos de Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho.
Com recursos desse projeto já foram distribuídas, a apicultores da região, 300 caixas para criação de abelhas com ferrão e outras 300 para as sem ferrão. Os beneficiados também receberam acessórios (macacões, cera alveolada, espátulas, fumigadores etc) necessários ao desenvolvimento da atividade. Este trabalho é coordenado pela pesquisadora Márcia Ribeiro, da Embrapa Semiárido, e a professora Eva Mônica, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
As duas instituições patrocinam a realização de um estudo da cadeia produtiva da apicultura e também da meliponicultura (abelhas sem ferrão). Essas atividades têm adquirido expressão econômica, principalmente ao gerar renda para agricultores familiares. Entretanto, com frequência, o manejo das colmeias ainda é inadequado e não padronizado entre os apicultores em diversos locais.

Na seca, ração balanceada impede abelhas de abandonar colmeias

Uma ração à base de fubá de milho, trigo sem fermento, soja em pó e açúcar refinado ou mel garante a alimentação das abelhas no período da seca. Com 14 reais, o apicultor consegue produzir 3kg dessa ração, que é o bastante para abastecer cerca de 30 colmeias por semana. É um custo que a venda do mel é capaz de absorver e, o que é mais importante, garante a permanência das abelhas nas caixas onde são criadas.
De acordo com o engenheiro agrônomo José Fernandes Neto, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), nos meses de estiagem é mais vantagem, para quem possui apiário, fornecer água de forma permanente, investir na aquisição de ingredientes e preparar a ração para suas colônias do que deixar que abandonem as caixas.
Floradas - Quando vão embora, o trabalho do apicultor redobra: terá que empreender buscas para capturar novos enxames e providenciar a limpeza das caixas onde as abelhas serão repovoadas. Isso é quase que recomeçar a criação do zero, explica o técnico da EBDA.
Isso, sem contar com um custo muito maior na compra de cera alveolada para preparar as colmeias que irão abrigar os enxames. O valor seria de R$ 30,00/Kg, que daria para colocar em, no máximo, 02 colméias.
“É um prejuízo bem maior do que teria ao investir na ração balanceada”, afirma.
Quando as caixas estão povoadas, o apicultor já consegue colher o mel um mês depois do inicio das chuvas, nas primeiras floradas das plantas da caatinga. Contudo, se ficam vazias, por vezes, vai ser preciso esperar, no mínimo, 03 meses até regularizar a produção de mel.

Conviver com ambiente de pesquisa ajuda na formação de estudantes

De que é capaz um estágio? Para o estudante Fabrício Moura dos Santos, pode levar à descoberta de um sentido para o curso de Técnico Agrícola que está por concluir e perceber a oportunidade de dar novo rumo para a sua vida.
Aluno do Colégio Estadual Sete de Setembro, em Sento Sé (BA), chegou a convicções como essas no tempo que passou na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), percorrendo laboratórios, bibliotecas, áreas experimentais e participando de ações de transferência de tecnologias junto a agricultores.
Pouco mais de um mês distante da sala de aula, convivendo com o ambiente da pesquisa, e os assuntos dos livros ganharam significados que, para ele, levam à boa formação profissional e a opções de trabalho mais interessantes.