quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Conviver com ambiente de pesquisa ajuda na formação de estudantes

De que é capaz um estágio? Para o estudante Fabrício Moura dos Santos, pode levar à descoberta de um sentido para o curso de Técnico Agrícola que está por concluir e perceber a oportunidade de dar novo rumo para a sua vida.
Aluno do Colégio Estadual Sete de Setembro, em Sento Sé (BA), chegou a convicções como essas no tempo que passou na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), percorrendo laboratórios, bibliotecas, áreas experimentais e participando de ações de transferência de tecnologias junto a agricultores.
Pouco mais de um mês distante da sala de aula, convivendo com o ambiente da pesquisa, e os assuntos dos livros ganharam significados que, para ele, levam à boa formação profissional e a opções de trabalho mais interessantes.



Até estagiar, a relação com o curso era um “pouco desenganada” e sequer “sabia direito” o objetivo ou finalidade do que estudava. Depois dele, tenho noção de “qual mundo nos espera quando a gente se forma” diz.
Fabrício fez essas declarações em meio a centena de estudantes, agricultores e técnicos que circulavam entre estandes e áreas de demonstrações de tecnologias ou tomavam parte de cursos durante a segunda exposição “Alternativas Sustentáveis para a Agricultura Familiar”, a Expo7Show, realizada no colégio estadual com apoio da Embrapa Semiárido e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF).
Nesta edição, as habilidades adquiridas pelos mais de 40 alunos dos cursos de Agronegócio e Técnico Agrícola no período do estágio já puderam ser observadas na organização e montagem do evento. Três deles - Wellington Caíque Lima Vieira, Joab dos Santos Silva e Edvaldo Rodrigues dos Santos – montaram o sistema de irrigação por aspersão que deixava verde a grama do jardim da escola.
Anteriormente, eles e outros colegas auxiliaram pesquisadores da Embrapa na montagem em área do colégio de uma técnica ainda pouco conhecida entre os agricultores de Sento Sé: a irrigação por gotejamento. Empregaram a técnica em cultivos experimentais de cebola, melancia e melão, e, ainda, no viveiro de mudas de plantas forrageiras e de fruteiras nativas.
De acordo com o Chefe Adjunto de Administração da Embrapa Semiárido, Rebert Coelho Correia, a interação entre pesquisa e educação no projeto de desenvolvimento amplia os recursos técnicos e didáticos para professores e estudantes. Seu resultado maior, porém, é formar e manter no município e região um conjunto de profissionais competentes para explorar de forma sustentável o potencial agrícola e econômico do município.
A II Expo7Show põe em evidência a cooperação entre o colégio e várias instituições. “A presença da comunidade no evento, a participação dos estudantes e a melhor estrutura dos recursos didáticos nos mostra que estamos no caminho de melhorar ainda mais a qualidade do ensino e da formação dos alunos”, enfatiza Rebert.
A professora Adébora de Almeida Carvalho, diretora do colégio, explica que um dos objetivos da exposição é abrir as portas da escola para a comunidade que tem a oportunidade de conhecer novas tecnologias. Mas que ela está inserida em uma dinâmica de sala de aula e do dia-a-dia do aluno para que não se constitua apenas um evento esporádico, de ano em ano.
É assim que a integração com o projeto Embrapa/Chesf se mostra importante. Alguns alunos com perfil de “desinteresse” retornam do período do estágio “com outro olhar”, se envolvendo “demais” nas atividades curriculares.
Na segunda edição, a exposição ampliou sua rede de apoio com a EBDA, o Sebrae, da Associação Velas do São Francisco e da Cooperativa dos Produtores de Cebola de Sento Sé.


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