domingo, 21 de dezembro de 2014

Palestras reúnem agricultores, técnicos, pesquisadores e professores empenhados em fortalecer agricultura familiar

Semana de palestras reuniu grande assistência nos municípios localizados
no entorno da Barragem de Sobradinho.
Nem o calor sufocante dentro das salas de aula, algumas delas com mais de 70 pessoas, foi capaz de esfriar a interação de agricultores (as), pesquisadores, professores e técnicos durante as palestras que marcaram as atividades de comemoração do Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) nos cinco municípios localizados às margens do lago formado pela Barragem de Sobradinho: Pilão Arcado, Remanso, Casa Nova, Sobradinho e Sento Sé.
De cidade em cidade, num roteiro itinerante que atravessou toda a semana de 10 a 14 de novembro, surpreendeu o número de inscritos às palestras programadas dentre quatro temas importantes para a agricultura e o desenvolvimento regional: produção animal e cultivos alimentares, agricultura em área irrigada e código florestal, fruteiras nativas e beneficiamento, e apicultura e meliponicultura.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Agricultores participam de palestras no entorno do Lago de Sobradinho

"Sou muito acreditado da agricultura", confessa seu Osmar Ferreira Campos, o Gringo, na saída das palestras sobre Produção Animal e Cultivos Alimentares no auditório da Secretaria Municipal de Educação, em Pilão Arcado (BA). Carregando uma bolsa contendo embalagens de pequenas quantidades de sementes - de feijão, de sorgo, melancia forrageira -, duas estacas de gliricídia e publicações técnicas elaboradas por pesquisadores da Embrapa Semiárido e da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), ele afirma a vantagem que é participar de "cursos" que oferecem alternativas para melhorar a produção na roça.

Foi participando de "uns cursos" na Paróquia, na Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), no Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) que se sentiu despertado para adotar outros manejos, além daqueles aprendidos com o seu avô no Caldeirão de Zé Ferreira, zona rural do município de Pilão Arcado (BA). Em especial, a preparação para passar longo período de seca na sua região.

Nas chuvas, conta ele, nunca deixou o hábito do cultivo de mandioca, feijão, melancia, abóbora. Os bodes, os porcos e as galinhas abastecem a família de comida e, mesmo, alguma renda. Contudo, sem estar "bem preparado", a seca fazia passar por muitas dificuldades. Mas vieram os cursos, e "de uns tempos para cá, a gente vem se planejando", cultivando palma e leucena para garantir o sustento do rebanho. "Acho que depois dos cursos a gente tem é crescido o criatório", afirma o agricultor.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Semana Itinerante divulga tecnologias de convivência com o Semiárido




Começa dia 10 (segunda-feira), em Pilão Arcado (BA), e se estende até dia 14 de novembro (sexta-feira), em Sento Sé (BA), as comemorações do Ano Internacional da Agricultura Familiar programadas pela Embrapa Semiárido e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) nos municípios localizados às margens do lago formado pela Barragem de Sobradinho, no rio São Francisco. Os eventos acontecem, na sequência, em Remanso (11), Casa Nova (12) e Sobradinho (13).
Em cada cidade, as duas instituições “desembarcam” uma equipe composta por 25 pesquisadores, professores e técnicos, especialistas em quatro temas de importância econômica e agrícola nessa região: produção animal e cultivos alimentares, agricultura em área irrigada e código florestal, fruteiras nativas e beneficiamento, e apicultura e meliponicultura. Os temas serão desdobrados em 16 palestras que acontecerão diariamente e de forma simultânea.

domingo, 2 de novembro de 2014

Cuidar de abelha na seca melhora a renda no “inverno”


Agricultor mostra bebedouro instalado em seu apiário
A seca cobra dedicação e gosto para descobrir jeitos de ir passando pelas estiagens, ano após ano, cada vez menos aperreado. E pra fazer render a labuta na roça, quando as fontes de água estão vazias e nem uma folha verde à vista em léguas e léguas de terra, precisa de trabalho duro e, claro, de uma cienciazinha. José Ricardo, residente da comunidade da Melosa que o diga.
Vivente da cidade de Remanso (BA), marceneiro de profissão, boa praça, um dia se encantou pela criação de abelhas e lá se foi a construir caixas e instalar apiários em algum canto de caatinga nas propriedades de amigos. No “inverno”, como se refere ao tempo das chuvas na região, pólen, néctar e água não faltam em meio à vegetação nativa.
Na seca? Ah!! Aí tem que se desdobrar pra não perder as colônias. Em cima da sua moto, não foi só uma ou duas ou três vezes que correu trecho com um objetivo inusitado: galões de água na garupa, percorria um a um os apiários para matar a sede das abelhas; junto, carregava porções de ração, a fim de garantir a permanência desses pequenos insetos nas caixas que talhou com tanto zelo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Dia de campo promove técnicas para aumentar produtividade de cebola


A área cultivada com cebola na Fazenda São Gonçalo, de seu Jorge Souza dos Santos, em Sobradinho (BA), nunca esteve a ponto de colher tantos bulbos com o padrão comercial exigido no mercado dessa hortaliça. A quantidade, agora, deve ultrapassar os 1.760 sacos colhidos na safra anterior, algo em torno de 40 t/ha.
Os bons resultados são frutos da cooperação entre o agricultor e pesquisadores da Embrapa Semiárido e da CHESF. Amanhã, 10 de setembro, promovem um dia de campo para apresentar a outros agricultores da região as técnicas e manejos empregados nesses plantios e que alcançaram produtividades tão elevadas.
O evento integra as atividades de transferência de tecnologias previstas pela coordenação do Projeto Lago de Sobradinho para as comunidades rurais dos municípios baianos de Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé e Sobradinho, no Submédio do vale do rio São Francisco. Na programação, além dos pesquisadores, seu Jorge Souza explica aos agricultores as inovações que passou a usar nos plantios de cebola e o quanto melhorou a produção, simplificou o manejo da cultura e barateou os seus custos.
Nesses municípios a cebola é uma das hortaliças de maior expressão econômica nos plantios irrigados. De maneira geral, os plantios ocorrem sob uso intensivo de agrotóxicos e aplicação de água em excesso.
Em áreas como a de Seu Jorge, os pesquisadores da Embrapa Semiárido fazem demonstrações de práticas conservacionistas que combinam a redução de volumes de água para irrigação, manejo de solo e aplicação de nutrientes e de defensivos. Com elas, conseguem reduzir custos de produção sem comprometer a produtividade. Com isso, alcançam dois objetivos do Projeto: melhoria na qualidade de vida dos agricultores e de suas famílias, além de evitar danos ao meio ambiente.
Conjunto - O Projeto Lago de Sobradinho, executado pelo centro de pesquisa com recursos financiados pela CHESF, é composto por 14 Planos de Ação (PAs). No conjunto, possuem metas de incentivar a apropriação pelos agricultores de inovações para os cultivos agrícolas mais importantes na região: hortaliças, fruteiras nativas, abelhas, caprinos, ovinos, bovinos, peixes, etc. Além de iniciativas focadas na agregação de valor à produção leiteira, processamento de frutas, de carnes e de peixes, e de mel.
O Projeto "Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA" começou a ser executado no ano de 2005. Até o seu término no ano de 2016, pretende beneficiar, direta e indiretamente, mais de 9.000 agricultores, numa região que soma 18.171 estabelecimentos agropecuários.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O cultivador de confiança

Série Perfil Jornalístico
O agricultor José de Lima (à esquerda) com o técnico Clébio Silva (à direita)
Apesar do sol a pino e o calor intenso, os sinais na paisagem davam pistas de um bom inverno: as árvores com folhas de um verde intenso e o chão, coberto de arbustos. Por vezes, os solavancos da estrada, as freadas bruscas, interrompem com os sustos, a contemplação. 
Seguimos pelos caminhos do interior do município de Casa Nova (BA), onde curvas, retas e bifurcações aos montes, provocam a sensação de estar perdido ou fora de localização, na Caatinga. Não é para qualquer um embrenhar-se por essas direções e encontrar sítios em locais tão diferentes quanto distantes uns dos outros, não é tarefa fácil.
Pois bem, quando o técnico agrícola Clébio Silva, que é funcionário da Prefeitura Municipal de Casa Nova, se enfurna por aí, seus amigos dizem brincando: nem com equipamentos eletrônicos como o GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global) é possível encontrá-lo.
E por conhecer tanto, ele já andou foi muito, pelo menos “uns” 100 mil quilômetros, desde 2009, quando passou a atuar junto ao Projeto Lago de Sobradinho, e empolgado pelo método de trabalho.
“Não só dizemos que uma tecnologia é boa, a gente diz e faz com que os agricultores tenham a experiência prática” fornecendo, por meio do Projeto, os produtos para ele implantar as tecnologias dentro da propriedade ou na comunidade. “Isto deixa o agricultor motivado para participar”, afirmou. 
Clébio Silva está contente com os benefícios do Projeto
Inovações - No caminho para o povoado de Canoinha, onde iria entrevistar o agricultor Anísio Ribeiro, ouço um Clébio impressionado com os benefícios das técnicas e do manejo pesquisados na Embrapa Semiárido sobre as atividades agrícolas nas áreas de sequeiro e irrigadas.
Fala da implantação de gliricídia na propriedade de seu Luiz Maranhão, no distrito de Bem Bom e que passou a dispor de uma fonte de proteína para alimentar seu rebanho de vaca leiteira e tornou desnecessário gastar seus recursos para comprar torta de algodão.  Enfatiza, também, os resultados que puderam ser vistos pelos próprios agricultores em plantios de cebola separados apenas por uma cerca e algumas inovações como a aplicação simultânea de água e fertilizantes por meio de um sistema de irrigação por gotejamento.
“Mostramos que reduzimos água, mão-de-obra, custo de produção e tivemos mais lucro. A ‘cebola do Projeto’ mostrou uma qualidade maior e chegou a ser comercializada a R$ 11 a saca de 20 kg, enquanto os agricultores vizinhos conseguiram, pela mesma quantidade e no mesmo período, apenas R$ 8”. 

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Embrapa Semiárido instala unidade demonstrativa de tecnologias em escola agrícola de Sobradinho (BA)

Estudantes seguiram orientações de funcionários da Embrapa Semiárido, durante preparo do solo e plantio de mudas no campo experimental da escola
Na área rural, adolescentes que são filhos de agricultores de municípios baianos como Casa Nova, Sento Sé, Remanso e Sobradinho, aprendem diversas atividades. A rotina começa às 6h e após o café eles ajudam a limpar a cozinha e outros cômodos da “casa”. Em seguida, participam de um momento de reflexão. A rotina inclui ainda aulas e o aprendizado de técnicas agrícolas no campo. Ao final da tarde, tem também um momento reservado para as brincadeiras, conversas e o descanso, após o dia repleto de ensinamentos.
O lar é na verdade uma das unidades da escola família agrícola, que está localizada no município de Sobradinho, onde os estudantes permanecem em regimes alternados de quinze dias. Respeito, disciplina e a valorização do campo são alguns dos princípios que o diretor, Ailton Ferreira, aponta como parte dos saberes que são transmitidos aos jovens com idade média entre 11 e 15 anos. “Eles estudam disciplinas regulares do Ensino Fundamental II e também disciplinas diversificadas, que inclui ensino de zootecnia, agricultura, economia doméstica, orientação humana e programa de saúde”, completou.
A escola comunitária de Sobradinho faz parte da Rede de Escolas Família Agrícola Integradas do Semi-Árido, entidade da sociedade civil sediada em Feira de Santana (BA), e conta com o apoio de parceiros para manter o espaço, os salários de funcionários, as alimentações diárias dos alunos e a realização de cursos. O diretor Ailton Ferreira destacou que os colaboradores são fundamentais para tentar suprir todas as demandas da escola agrícola de Sobradinho, onde há cerca de 80 alunos que estão divididos em quatro turmas.
Ailton Ferreira é o diretor da EFAS
Alguns dos que contribuem são os pais dos estudantes e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). Agora, a escola também inicia um trabalho com o Projeto Lago de Sobradinho, executado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e a Embrapa Semiárido, que instalou na primeira semana do mês de junho, uma unidade demonstrativa de tecnologias agropecuárias no campo experimental da escola. Com a ajuda dos estudantes, foi feito o plantio de aproximadamente 40 mudas de fruteiras nativas como o umbuzeiro, considerado uma das dádivas do Semiárido. A planta que tem raízes modificadas consegue se adaptar à irregularidade de chuvas da região.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Embrapa Semiárido fez reunião para planejar as próximas ações do Projeto Lago de Sobradinho

Reunião avaliou os trabalhos já executados pelo Projeto
Representantes da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) participaram de reunião na Unidade de Petrolina (PE) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária com o intuito de acompanhar o planejamento das ações do Projeto Lago de Sobradinho para o segundo semestre de 2014. No encontro, realizado na última terça-feira (20), também foi feito um balanço das atividades executadas desde o início do Projeto, em 2010.
Além dos técnicos que atuam nos municípios baianos de Casa Nova, Sento Sé, Remanso, Pilão Arcado e Sobradinho, estiveram presentes estagiários, analistas, gestores, pesquisadores e outros integrantes que contribuem com os trabalhos de desenvolvimento agropecuário. O coordenador do Projeto na Embrapa, Rebert Coelho, destacou que durante a apresentação dos resultados preliminares houve superação de metas previstas. A quantidade de cursos, palestras, dias de campo, visitas técnicas, implantação de unidades demonstrativas de tecnologias e até o volume de produções científicas ultrapassou os números previstos pela equipe.
A funcionária da CHESF Marileide Luna Brasil, que atua na área de responsabilidade social, demonstrou o seu encantamento pela apropriação das tecnologias de sequeiro e irrigação por parte dos agricultores.  Um dos exemplos é aquele realizado no Plano de Hortaliças com a redução do uso de água e agrotóxicos nos cultivos de importância econômica para a região: cebola, melão e melancia.
Ela sugeriu ainda que a equipe responsável pelo Projeto deve não apenas reunir dados quantitativos, mas também, monitorar as mudanças provocadas pelas ações, para que o grupo possa definir indicadores sociais e compreender melhor quais são os benefícios do Projeto para a população das áreas rurais.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

UNIVASF, CHESF e Embrapa Semiárido distribuem cartilha sobre o manejo apícola


Capa da cartilha educativa
Boas Práticas de Manejo Apícola” é o título da cartilha que vai ser distribuída gratuitamente nos municípios baianos de Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Pilão Arcado e Remanso. A meta é entregar pelo menos 1000 exemplares da publicação, produzida pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) em parceria com o Projeto Lago de Sobradinho, que é coordenado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e a Embrapa Semiárido. Os interessados também podem ter acesso ao trabalho no endereço: http://projetolagodesobradinho.blogspot.com.br/p/blog-page_28.html
Os autores da publicação são as zootecnistas Eva Mônica Sarmento da Silva e Heidy Carvalho dos Santos, o estudante de graduação em Zootecnia da UNIVASF Emerson José Alves Matos e o coordenador do Projeto Lago de Sobradinho, Rebert Coelho Correia.
Na cartilha, o agricultor tem acesso às orientações que podem contribuir para a melhoria da produção do mel no Semiárido. Por exemplo: manter a disponibilidade de água limpa com distância máxima de até 500 metros do apiário. A zootecnista Eva Mônica Sarmento, professora da UNIVASF, explica que, em condições ideais, o tempo médio de vida das abelhas é de aproximadamente 45 dias. Se a fonte de água e de alimento (pólen e néctar) estiverem longe, esse tempo pode ser reduzido.
O conteúdo apresentado na cartilha é baseado em questões levantadas pelos pesquisadores com a contribuição dos apicultores que participaram dos cursos organizados pelo Projeto Lago de Sobradinho. O manejo mais adequado para o período de escassez das chuvas e também as técnicas para a criação racional das abelhas Apis mellifera, são alguns dos assuntos abordados na publicação.
Além do diálogo com os produtores, nos encontros realizados por meio do Projeto Lago de Sobradinho também foram entregues materiais de proteção e equipamentos que visam atender as principais demandas dos apicultores das cidades no entorno da barragem.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

A dupla jornada de um 'viajante' no Sertão

Raira Santos, Inácio Gomes e Luiz Ferreira fazem parte do Projeto Lago de Sobradinho
Num dia, precisa visitar criadores de caprinos e ovinos. Em outro, a dedicação se volta para um agricultor que planta feijão e milho. E ainda tem mais dias em que a demanda por sua atenção vem daqueles que cultivam melão, melancia e cebola, irrigados. Ou ainda, tem que correr para assistir aquele outro produtor que precisa melhorar a ração das vacas leiteiras criadas em meio à vegetação nativa da Caatinga.
É muito com o que se ocupar, mas é como se desenrola o dia-a-dia de Inácio Gomes. Funcionário da Prefeitura Municipal de Sobradinho (BA), lotado na Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, ele está à frente do escritório que executa ações de transferência de tecnologias do Projeto Lago de Sobradinho.
Cansativo? Ele diz: por vezes, sim. Contudo, experimenta uma espécie de realização por estar envolvido em iniciativas que buscam melhorar a vida dos moradores do campo. O que, rememora, faltou aos seus pais no pequeno município de Itapetim, no Semiárido pernambucano e que, na seca de 1976, se viram migrantes, ao lado de muitas famílias, para o município de Sobradinho, onde tinham sido iniciadas as obras da barragem e a oferta de empregos aumentou na cidade.

Experiências
Anos mais tarde, o pai, Manoel Gomes Maurício, já trabalhando em uma das empresas públicas do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE), tomava parte em iniciativas de assistência técnica junto aos agricultores do Sertão. Desta fase, lhe ocorrem mais lembranças das dificuldades enfrentadas pelos produtores das áreas de sequeiro, que fixaram nele uma espécie de solidariedade com quem vive da agricultura e da criação pecuária no Semiárido.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Unidade de beneficiamento de leite é inaugurada em Casa Nova (BA)



Solenidade contou com a presença de produtores e autoridades
Produtores do município de Casa Nova (BA) contam com um novo espaço para produção de derivados do leite. Uma Unidade de beneficiamento foi inaugurada, no dia 11 de fevereiro, na Associação dos Pequenos Produtores e Apicultores da Fazenda Santarém.
A Unidade é fruto de uma parceria dos associados com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que realizam na região o projeto “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA” (Projeto Lago de Sobradinho), juntamente com a Prefeitura de Casa Nova.
Considerando a importância que o beneficiamento representa para os produtores familiares do município, o projeto repassou para a Associação os equipamentos essenciais para o desenvolvimento das atividades. Também foi realizada capacitação para as pessoas que irão trabalhar na Unidade. Entre os temas abordados estiveram aspectos teóricos e práticos de boas práticas de fabricação e controle de qualidade dos produtos a serem produzidos. 
De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido e coordenador do projeto, Rebert Correia, “o beneficiamento do leite deve agregar valor à produção destas famílias, empregando mão de obra familiar e obtendo, assim, maior valor de revenda quando comercializado no mercado. Além disso, promove ganhos de qualidade nos processos produtivos e de vida dos produtores, elevando a competitividade dos agricultores familiares no mercado”.
O administrador do Termo de Cooperação pela Chesf, Rodolfo de Sá Cavalcanti, destaca que a materialização de ações como esta agrega valor não só aos objetivos e metas do Projeto Lago de Sobradinho, mas também se torna um referencial para os demais produtores da região, que com planejamento, organização e apoio técnico adequado, o empreendedorismo vem a obter sucesso.
Entre os principais produtos que devem ser fabricados na Unidade de beneficiamento estão iogurte, doce de leite, requeijão cremoso e queijo de coalho. Ao todo serão 16 famílias trabalhando no local, e a comercialização da produção deve ser voltada, principalmente, para a merenda escolar do município.
Na solenidade de inauguração estiveram presentes o prefeito e o vice-prefeito do município, vereadores e secretários de agricultura de Casa Nova e Pilão Arcado, representantes da Embrapa, Chesf, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Banco do Brasil e Banco do Nordeste, produtores, estudantes e presidentes de diversas associações de agricultores, totalizando cerca de 150 pessoas.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Estudo reúne informações para planejar o desenvolvimento da piscicultura no Lago de Sobradinho

                                                                                                                             Foto: Fernanda Birolo

Foto: Fernanda Birolo
Criadores de peixes têm apoio da Chesf e Embrapa para aumentarem produção
 As alterações no leito e a pesca excessiva têm diminuído, ano a ano, a população de espécies tradicionais (surubim, cari, dourado, pacamã, piau e curimatã) no rio São Francisco. Em sentido contrário, a demanda dos consumidores cresce de maneira contínua. É uma situação que ameaça privar milhares de famílias ribeirinhas da sua principal fonte de alimento e de renda.
A Embrapa Semiárido e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) – querem transformar a atividade em um negócio sustentável, seja em escala familiar ou empresarial. Com este objetivo que realizaram o “Estudo da Cadeia Produtiva do Pescado no Entorno do Lago de Sobradinho”.
O documento final apresenta o contexto socioeconômico da atividade nos municípios baianos de Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado, Sobradinho e Sento Sé, identifica problemas e entraves tecnológicos, e fatores que limitam a pesca. Por fim, propõe um conjunto de ações capazes de orientar investimentos e fortalecer a economia regional.
É um estudo pioneiro, fruto de dois workshops que tiveram a participação da Colônia e Associação de Pescadores, das prefeituras municipais, Bahia Pesca, Chesf, Codevasf, Embrapa e Universidade Federal de Santa Maria (RS), e o apoio do Fórum de Desenvolvimento Regional Sustentável do Lago Sobradinho, explica o pesquisador Rebert Coelho Correia.