Estudantes seguiram orientações de
funcionários da Embrapa Semiárido, durante preparo do solo e plantio de mudas
no campo experimental da escola
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Na área rural, adolescentes que são
filhos de agricultores de municípios baianos como Casa Nova, Sento Sé, Remanso
e Sobradinho, aprendem diversas atividades. A rotina começa às 6h e após o café
eles ajudam a limpar a cozinha e outros cômodos da “casa”. Em seguida,
participam de um momento de reflexão. A rotina inclui ainda aulas e o
aprendizado de técnicas agrícolas no campo. Ao final da tarde, tem também um
momento reservado para as brincadeiras, conversas e o descanso, após o dia
repleto de ensinamentos.
O lar é na verdade uma das unidades da
escola família agrícola, que está localizada no município de Sobradinho, onde
os estudantes permanecem em regimes alternados de quinze dias. Respeito,
disciplina e a valorização do campo são alguns dos princípios que o diretor,
Ailton Ferreira, aponta como parte dos saberes que são transmitidos aos jovens
com idade média entre 11 e 15 anos. “Eles estudam disciplinas regulares do
Ensino Fundamental II e também disciplinas diversificadas, que inclui ensino de
zootecnia, agricultura, economia doméstica, orientação humana e programa de
saúde”, completou.
A escola comunitária de Sobradinho faz
parte da Rede de Escolas Família Agrícola Integradas do Semi-Árido, entidade da
sociedade civil sediada em Feira de Santana (BA), e conta com o apoio de
parceiros para manter o espaço, os salários de funcionários, as alimentações
diárias dos alunos e a realização de cursos. O diretor Ailton Ferreira destacou
que os colaboradores são fundamentais para tentar suprir todas as demandas da
escola agrícola de Sobradinho, onde há cerca de 80 alunos que estão divididos
em quatro turmas.
Ailton Ferreira é o diretor da EFAS
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Alguns dos que contribuem são os pais
dos estudantes e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada
(Irpaa). Agora, a escola também inicia um trabalho com o Projeto Lago de
Sobradinho, executado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e
a Embrapa Semiárido, que instalou na primeira semana do mês de junho, uma
unidade demonstrativa de tecnologias agropecuárias no campo experimental da
escola. Com a ajuda dos estudantes, foi feito o plantio de aproximadamente 40
mudas de fruteiras nativas como o umbuzeiro, considerado uma das dádivas do
Semiárido. A planta que tem raízes modificadas consegue se adaptar à
irregularidade de chuvas da região.
O aluno do 7º ano Rubens Ferreira,
observou as orientações dos funcionários da Embrapa Semiárido e declarou que
pretende incentivar a família dele, que mora na comunidade do Salitre, em
Juazeiro (BA), a reservar uma área do sítio para plantar mudas do umbuzeiro. A
importância da ação realizada na Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS),
também é, segundo o pesquisador da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro Araújo,
de incentivar a preservação de espécies nativas e auxiliar a obtenção de renda
na escola, que no futuro poderá investir no beneficiamento dos frutos.
Além das plantas de umbuzeiro, também
foi feito o plantio de mudas enxertadas. “A raiz do umbuzeiro consegue reter
mais água. É por isso que a planta ajuda a cultivar também espécies que
normalmente não são produzidas na nossa região. Então, é com o aproveitamento
dessas raízes do umbuzeiro, que vamos produzir o umbu-cajá, a umbuguela e o
cajamanga”, explicou o pesquisador da Embrapa Semiárido Francisco Pinheiro
Araújo.
História – A EFAS já formou cerca de dois
mil alunos desde 1990. O diretor Ailton Ferreira fez parte da primeira turma. E
a coordenadora pedagógica Eliana Evangelista estudou na segunda turma da
escola. Os dois também lecionam na EFAS, a professora
Eliana Evangelista trabalha há 15 anos na unidade. Nascida na
comunidade de São Gonçalo do Salitre, na área rural de Sobradinho, ela
ressaltou que a escola foi fundamental para as oportunidades de estudos e a sua
formação pessoal.
Mais informações:
semiarido.imprensa@embrapa.br
(87) 3866-3734
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