Alevinos são colocados em tanques-rede no lago |
O sonho de todos é um só: melhorar a qualidade de vida através do aumento da renda familiar. É com esse intuito que produtores dos municípios localizados na borda do Lago de Sobradinho, na Bahia, estão recebendo um incentivo especial para o cultivo de peixes.
A iniciativa faz parte do projeto "Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA", realizado em parceria entre a Embrapa Semiárido e a Companhia Hidro Elétrica do Vale do São Francisco (Chesf).
As atividades envolvem associações produtoras de peixes, que possuem outorga de uso da água e estão dentro do processo para obtenção do licenciamento ambiental para cultivo em tanques-rede. A intenção dessas ações é fortalecer a piscicultura na região através da melhoria dos sistemas de produção já existentes.
"As associações sabem como produzir, mas ainda não sabem, por exemplo, qual o número exato de tanques-redes necessários para que cada família possa obter um salário mínimo de renda ao mês. Eles sabem que o que tem hoje é insuficiente. Então basicamente o que nós vamos fazer é demonstrar o planejamento de atividades, a gestão e o manejo correto", explica a pesquisadora Daniela Campeche, da Embrapa Semiárido.
"A criação de peixes é um potencial na economia dos municípios, e isso nos traz um grande resultado na economia familiar", reconhece o produtor Pedro César Vieira, da associação Boa Pesca, de Sobradinho. "A expectativa é que a gente tenha uma renda futuramente, trabalhando, claro, direitinho nas orientações técnicas".
Cultivo - Os trabalhos do projeto que envolvem a reestruturação da pesca e piscicultura na região foram iniciados com a implantação de unidades demonstrativas em duas associações do município de Sobradinho (BA). Cada uma delas recebeu 13,5 mil alevinos de tilápia, que foram colocados em 14 tanques-rede repassados pelo projeto. Ao final de 8 meses, a produção deve chegar a quase 600kg de peixe por tanque-rede.
O sucesso do cultivo, no entanto, depende da dedicação dos próprios produtores, que serão os responsáveis por todo o sistema de produção, apenas assistidos pelos especialistas. E eles já se mostram empenhados, como a associada da Acripeixe, de Sobradinho, Neuraci de Jesus. "Vou dar o melhor de mim", afirma ela, reconhecendo a necessidade de cuidados para a sobrevivência dos peixes e para a obtenção de bons resultados.
Além das orientações técnicas recebidas ao longo do processo nas próprias unidades demonstrativas, os produtores das associações beneficiadas também participam de cursos de capacitação, em que aprendem desde o planejamento, manejo e beneficiamento do pescado até alternativas para a sua comercialização.
Até a conclusão do projeto, as associações deverão estar preparadas para dar continuidade à criação de peixes de forma eficiente, sendo capazes de gerenciar o crescimento das unidades de produção, bem como o escoamento da produção e administração dos recursos financeiros.
"Vamos pegar o que ganhar desses peixes e investir, pra gente continuar crescendo", planeja o associado Pedro Cesar Vieira. "A expectativa é essa: crescer e melhorar a qualidade de vida da gente".
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