segunda-feira, 13 de maio de 2013

Feno de planta nativa: garantia de boa forragem no período seco

Agricultores em dia-de-campo sobre feno de planta nativa
Uma tarefa que os criadores do semiárido precisam encarar com urgência é o armazenamento de forragem para garantir o alimento do rebanho no próximo período de seca, entre os meses de maio a dezembro . Se não tiver planta cultivada em sua propriedade, basta procurar em meio à caatinga espécies nativas que naturalmente já são consumidas pelos animais, e fazer feno com as folhas e os galhos mais finos. 

Esta orientação tem sido adotada por técnicos da Embrapa Semiárido que atuam no projeto “Ações de desenvolvimento para produtores agropecuários e pescadores do território do entorno da Barragem de Sobradinho-BA”, executado em conjunto com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF).

Em dois dias de campo realizados em comunidades rurais dos municípios de Remanso e de Casa Nova, os técnicos demonstraram a técnica de produzir feno com material vegetal de duas plantas nativas – favela e maniçoba – que possuem ampla distribuição pelos estados da região Nordeste. As duas, apesar do registro de chuvas abaixo da média histórica, rebrotaram suas folhas e crescem verdinhas na caatinga. 

Os dois eventos reuniram 40 agricultores. 


Em geral, a produção de feno requer o uso de uma máquina ensiladeira ou forrageira para triturar o material forrageiro. Após isso, é espalhado e deixado ao sol para retirar o excesso de umidade, o que garante a sua conservação por um período que pode maior que um ano.

No caso da fenação das folhas, esse processo pode ser ainda mais simples: basta ser colhida e espalhada no terreiro sob o sol.

É importante que o material a ser usado na fenação seja recolhido ainda verde. Nesse estágio de crescimento, mesmo submetidos ao processo de secagem, manterão o mesmo valor nutricional da planta verde. No caso da favela, uma forragem com níveis de proteína bruta na faixa de 18,46% e de 17,94% com o feno da maniçoba.

São valores que classificam o feno dessas plantas como de excelente qualidade para compor a dieta dos rebanhos.

O engenheiro agrônomo da Embrapa Semiárido, Welinton Neves Brandão, vinculado à Supervisão de Implantação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPTT) da Embrapa Semiárido, destaca que esta forma de armazenar alimento é uma “ótima forma de garantir alimentos para os animais na seca e com baixo custo”.

Para ele, estocar agora o alimento que vai ser fornecido aos animais vários meses à frente, quando a seca se instalar, é uma estratégia que os criadores precisam intensificar a adoção garantir boas produtividades do seu rebanho.

Neste período que o semiárido começa a sair da pior seca dos últimos 50 anos, e com as chuvas ainda não regularizadas, as plantas nativas da caatinga são garantia de pasto para os animais. Recorrer à técnica de feno deixa as propriedades melhor estruturadas para enfrentar a estiagem que todo ano vai se abater sobre a região com mais ou menos severidade, explica Welinton.

Preservar – A rápida recuperação das plantas nativas após a seca mostra o quanto é necessário preservar a caatinga de desmatamentos e queimadas. De tão adaptadas ao ambiente semiárido, essas espécies sobrevivem às altas temperaturas e com poucas chuvas as folhas voltam a crescer e já formam pasto para os rebanhos.

A vegetação nativa é fonte de forragem boa e barata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui a sua opinião, sugestões e/ou dúvidas. Agradecemos o seu interesse pelo nosso trabalho e, em breve, retornaremos a sua mensagem.