quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Dia de campo integra criação de peixe e horta comunitária para produção de alimentos e geração renda


Abertura do evento em Sobradinho-BA
Pode não ser perfeito, mas é um sucesso o “casamento” entre a criação de peixes e hortas comunitárias para pessoas, vinculadas ou não ao meio rural, produzirem nos quintais de casa, alimentos ricos em proteína animal e vegetal, além de carboidratos, minerais e vitaminas. O modo de consumar essa união é o motivo de um dia de campo que a Embrapa Semiárido, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco e a Cooperativa de Produtores e Comerciantes dos Derivados de Peixes de Sobradinho (COOPES) promovem no dia 2 de setembro (sexta-feira), na Colônia de Pescadores e Terminal Pesqueiro de Sobradinho (BA).
O evento vai demonstrar o emprego de tecnologias de baixo custo que, se bem manejadas, são garantia de segurança alimentar e de renda para famílias em situação de vulnerabilidade alimentar e econômica. O conjunto de técnicas e de informações a ser apresentado a um público formado por donas de casa, agricultores familiares, piscicultores, pescadores, estudantes e técnicos, tem por base o chamado “Sisteminha Embrapa”, apropriado para locais ou comunidades onde há escassez de água e falta de oportunidade de trabalho.
No Terminal Pesqueiro, onde irá acontecer o dia de campo, a Embrapa e a CHESF investiram na instalação de 5 tanques de 8 mil litros cada, construídos com plástico e papelão, e uma horta comunitária de menos de 0,5 ha. Durante a manhã e tarde do dia 02/09, os participantes vão ser divididos em quatro grupos e, de forma alternada, assistirão palestras e minicursos.

Uma delas será sobre o Sistema Integrado Alternativo para Produção de Alimentos Agricultura Familiar (Piscicultura e Horticultura)”. Outros três temas vão estar mais focados no cultivo mais eficiente dos peixes: “Beneficiamento do Pescado e Artesanato de Escamas”, “Fabricação de Ração Alternativa para Peixes” e “Normatização do Serviço de Inspeção Estadual (SIE), no Reaproveitamento de Produtos Sólidos na Cadeia Agroindustrial da Piscicultura”.  
O pesquisador Rebert Coelho Correia, da Embrapa Semiárido, explica que a piscicultura é uma atividade do sistema de criação e voltada para a oferta de alimento para o consumo familiar. Segundo ele, do modo como é implantado, embora em pequena escala, representa um avanço em relação à prática extensiva que predomina na região e sem estar associada à produção de vegetais, por exemplo.
“O Sisteminha é um projeto facilmente absorvido por qualquer cidadão(ã) das áreas urbana ou rural, seja ele agricultor(a) ou não. O cultivo de hortaliças em pequena escala para o consumo da família e venda de algum excedente, é uma prática já muito presente e que precisa cada vez mais ser incentivada”, diz o pesquisador. Sua instalação e manutenção em um espaço muito pequeno - em torno de 100m2 e que pode se estender a no máximo, 1.500m2 – permite a prática da agricultura e a colheita de alimentos durante todo o ano, com baixo consumo de água e energia elétrica.
No grande reservatório formado pela barragem de Sobradinho já se desenvolve uma piscicultura intensiva onde o arranjo produtivo, com a utilização de apenas 0,1% de toda a sua extensão, pode alcançar uma produção anual de 779 mil toneladas com a tecnologia dos tanques-rede.
O “Sisteminha” por sua vez, é uma alternativa para a criação de peixes em pequena escala que ainda realizada de forma extensiva em pequenos barreiros e aguadas, sem dispensar maiores tratos à criação. É possível também reduzir, reciclar e reutilizar todo o material descartado das linhas de processamento, com o emprego de tecnologias já validadas em instituições científicas e com objetivo de agregar valor aos produtos elaborados.
Sem contar que tem potencial para ampliar em 200-300% a disponibilidade de alimentos das famílias carentes”, afirma Rebert.

A realização do Dia de Campo é apoiada pelo Governo da Bahia, por meio de órgãos que atuam na região (Agência de Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB, Bahia Pesca e Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional –CAR), a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) e a Prefeitura Municipal de Sobradinho.

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